A fachada e o interior do Liceu Amílcar Cabral (LAC) há muito reclamam por uma nova pintura. Construído nos finais dos anos setenta, desde então, nunca mais esse estabelecimento de ensino viu tinta fresca. E, para tanto, a sua direcção resolveu lançar mão a uma campanha de angariação de fundos para financiar a pintura da escola.
De acordo com Pedro Tavares, a ideia de pintar o liceu da Assomada surgiu na sequência de conversas com ex-alunos, pais e encarregados de educação, professores e actuais alunos que entenderam que as paredes do LAC estão a precisar de uma nova pintura. Por um lado, para acompanhar um conjunto de obras internas já efectuadas naquela infraestrutura e, por outro, para tornar o complexo mais atractivo. “É a própria imagem do liceu que precisa mudar”, diz aquela fonte, estando os custos da pintura de todo o conjunto avaliados em quatro mil contos.
“Infelizmente, o Ministério de Educação não dispõe do montante necessário. Por isso, já fizemos contactos junto das várias instituições, no concelho, sobretudo bancos comerciais, mas não tem sido fácil mobilizar-lhes para abraçarem esta causa”, confessa Pedro Tavares.
“Actualmente temos cerca de 3500 alunos a estudar no Liceu Amílcar Cabral, sem falar dos milhares por aqui que já passaram e que hoje estão formados e a trabalhar nas mais diversas áreas, tanto dentro como fora do país. E se cada um contribuir com um litro de tinta, mão-de-obra ou qualquer outra quantia ou contribuição, certamente, haveremos de materializar este projecto”.
Segundo Tavares, definidos os contornos da campanha, brevemente, a direcção do LAC contra entrar em acção. “Queremos começar com a pintura em meados de Abril e assim tornar esta emblemática escola mais atractiva e motivo de orgulho não só daqueles que nela estudam actualmente, como também para os que por aqui passaram ao longo de todos estes anos”, sublinha. “Todos que um dia tiramos proveito desta escola temos o dever moral de contribuir”, defende.
Ex-alunos dispostos a colaborar
Abordados pelo A NAÇÃO sobre a iniciativa da direcção em pintar o LAC, contanto com o apoio de todos que por ali passaram, ex-alunos mostram-se dispostos a abraçar o projecto. Sérgio Gomes é um deles, dizendo-se disposto a doar um litro ou mais de tinta. “O Liceu Amílcar Cabral é um património que deve orgulhar todos os santacatarinenses, não só pela sua grandeza e beleza arquitectónica, como também pelo papel teve e tem ainda hoje na formação de quadros deste município de Santiago Norte”, sublinha.
Janice Pina é outra ex-aluna que se mostra igualmente disponível em colaborar na reabilitação do LAC, tendo em conta, segundo ela, o papel que esse estabelecimento teve para a sua formação académica. “Esta é uma boa iniciativa que deve ser abraçada por todos. Se cada ex-aluno der um litro de tinta, ou colaborar com mão-de-obra, certamente, que o material vai sobrar”.
Por seu turno, Angélica Furtado, que também estudou no referido liceu, considera a iniciativa louvável e diz mesmo que os alunos não poderem contribuir com um litro de tinta cada um, podem, pelo menos, associar-se em grupo de dez ou mais elementos para contribuírem com o que puderem. “Só isso que isso já será um avanço”, acredita.
De referir que o Liceu Amílcar Cabral foi construído nos finais da década de 70 do século passado, sendo o primeiro a ser criado no pós-Independência. Ainda hoje, é a maior escola secundária de Cabo Verde, não só a nível de estrutura física, como, também, em termos de população estudantil. Nela estudam mais de três mil e 500 alunos, sob a orientação de quase 200 professores.
Fonte: A Nação