quinta-feira, 26 de novembro de 2015

I Congresso sobre História de África, Ancestralidade e Africanidades iniciou os trabalhos

Arrancou nesta segunda-feira, 23 de Novembro, na cidade da Praia, o congresso internacional sobre a História de África, Ancestralidade e Africanidades, do qual fazem parte estudiosos cabo-verdianos e estrangeiros.
O congresso, que tem a duração de três dias, é promovido pela Universidade de Santiago e o Ministério da Educação e do Desporto.O objectivo é promover “uma reflexão pluridisciplinar e transnacional” sobre a História de África, Ancestralidade e Africanidades, garantiu o reitor da Universidade de Santiago, Gabriel Fernandes. A conferência conta com a participação de pesquisadores nacionais e internacionais, que irão apresentar os resultados das suas pesquisas e refletir sobre temas importantes do continente africano.
O reitor da Universidade de Santiago avançou que, "é fundamental uma reanálise” daquilo que se tem feito em torno da compreensão do continente africano até o momento.“Entendemos que não podemos continuar a reproduzir e a consumir acriticamente aquilo que nos é disponibilizado…é fundamental que se traga para a arena reflexiva e critica, aquilo que nos é oferecido no âmbito académico, social e politico”, acrescentou o Prof. Doutor Gabriel Fernandes.
Por causa do deficiente conhecimento da história cabo-verdiana e africana por parte dos cabo-verdianos, Gabriel Fernandes alertou que é fundamental que os académicos, os decisores políticos e agentes culturais promovam reflexões, descomplexadas, em torno do problema.
Já o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, que proferiu o discurso de abertura oficial do congresso, afirmou que “nós precisamos construir uma África mais livre, desenvolvida e próspera”. Para isso, o chefe do governo cabo-verdiano, avançou que é necessário conhecer África, nomeadamente, os principais acontecimentos históricos do continente para que se possa formular “melhores questões sobre o presente e respostas necessárias para fazer face a todos os desafios que temos”.
José Maria Neves falou ainda da necessidade de se “ redescobrir a África” e “contar a sua “verdadeira história”, afim de se saber como enfrentar os desafios de hoje, citando como exemplo, o crescimento económico, a construção do Estado, a afirmação das liberdades e o reforço da cidadania.
O primeiro-ministro, na sua intervenção, não deixou de pronunciar-se sobre o tratamento desigual que o continente africano tem sofrido, quer por parte dos media, quer por da comunidade internacional.
A sessão de abertura oficial do evento aconteceu no salão nobre da Assembleia Nacional. O momento foi marcado por atividades culturais, com o grupo de dança Raíz de Polón e do produtor e tocador de cimboa, Pascoal, bem como pelos discursos da Ministra da Educação e do Desporto, Fernanda Marques, e do professor Nardi Sousa.
De lembrar que amanhã, vai ser a vez do Campus da Universidade de Santiago, em Assomada acolher o congresso, isto depois do polo da Praia ter recebido uma parte do evento, após a abertura oficial.
Fonte: Site da US

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